Desejo
Desejo amar ardentemente a
pessoa certa.
E que amando ela, eu possa
levá-la ao extâse.
E que se isso não acontecer,
desejo rapidamente esquecer.
E que esquecendo, não reste
em meu coração dissabor.
Desejo, veementemente o
sabor doce da alegria.
Mas, se não puder recebê-la,
me consolo com a tristeza.
Desejo obter milhares de
amigos.
Bons ou maus, tolerantes e
intolerantes.
Mas que sejam honestos e
infiéis,
E que pelo menos em um deles
Eu possa confiar sem
hesitar.
E porque a vida é uma colcha
de retalhos,
Desejo obter inimigos.
Não muitos...Apenas o
necessário, para que eu possa verdadeiramente sentir de perto o que é odiar.
Mas, quero também com todas as minhas forças, aprender a
perdoar.
E que entre meus inimigos,
haja pelo menos um que seja correto.
Para que eu possa, me sentir
seguro.
Desejo ser complacente e útil na vida,
Mas não insubstituível.
E aprender com as
experiências negativas
Tirando proveito do que é
bom,
E aniquilando o que é mau.
Desejo ser absolutamente
tolerante.
Não com os que erram de
forma assustadora, porque isso é fácil,
Mas com aqueles que erram
muito por não conhecerem a verdade.
E fazer bom uso dessa
tolerância,
Para praticar a bondade.
Desejo ser jovem,
Não fisicamente, mas de
espiríto.
E que se o corpo amadurecer,
eu possa viver muitos anos para praticar o bem.
E que sendo senil, eu possa
utilizar a experiência de vida
Para aprender, com os erros
e refletir a cada dia em cima dos acertos.
Porque cada idade, tem a sua
dor e o seu prazer e
É preciso a cada momento
recordar para que a vida não perca o seu bilho.
Desejo por sinal a tristeza
como companheira,
Não o tempo todo, mas apenas
por um dia.
Mas que nesse dia, eu possa
descobrir o doce sabor de um riso.
Porque o riso diário é
insosso e o riso constante uma doença.
Desejo descobrir,
Com a maior urgência
possível,
Porque existêm oprimidos,
Discriminados e infelizes,
que não vivem apenas vegetam.
Desejo ainda calorosamente
fazer carinho em uma onça.
Alimentar um passáro, quem
sabe um papagaio.
E erguer triunfante o canto
matutino da felicidade
Porque, assim, me sentirei
bem por tão pouco.
Desejo também plantar uma
semente,
Por menor que a mesma seja,
E acompanhar de perto seu
crescimento,
Para saber quão muitas vidas
uma árvore tem.
Desejo ter muito dinheiro,
Não porque é bom,
Mas porque é prático
E, é mais fácil,
Na hora de ajudar um
necessitado.
Desejo voar e tocar as
estrelas,
Para saber qual a
intensidade de seu brilho,
Desejo ainda ir ao fundo do
mar,
Não porque queira saber sua
profundidade,
Mas para que eu possa
conhecer,quantas vidas alegram suas entranhas.
Desejo por fim, ser um homem
honesto
Íntegro e correto,
E amar, hoje, amanhã e
sempre
E que se todos os meus
devaneios tornarem-se realidade,
Não desejo mais nada.
Autor: Uéliton Freire
Fonte
de argumentação Victor Hugo
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