domingo, 9 de setembro de 2012

Desejo


                                                                     


Desejo amar ardentemente a pessoa certa.
E que amando ela, eu possa levá-la ao extâse.
E que se isso não acontecer, desejo rapidamente esquecer.
E que esquecendo, não reste em meu coração dissabor.
Desejo, veementemente o sabor  doce da alegria.
Mas, se não puder recebê-la, me consolo com a tristeza.

Desejo obter milhares de amigos.
Bons ou maus, tolerantes e intolerantes.
Mas que sejam honestos e infiéis,
E que pelo menos em um deles
Eu possa confiar sem hesitar.
E porque a vida é uma colcha de retalhos,
Desejo obter inimigos.
Não muitos...Apenas o necessário, para que eu possa verdadeiramente sentir de perto o que é odiar.
Mas, quero  também com todas as minhas forças, aprender a perdoar.
E que entre meus inimigos, haja pelo menos um que seja correto.
Para que eu possa, me sentir seguro.

Desejo  ser complacente e útil na vida,
Mas não insubstituível.
E aprender com as experiências negativas
Tirando proveito do que é bom,
E aniquilando o que é mau.

Desejo ser absolutamente tolerante.
Não com os que erram de forma assustadora, porque isso é fácil,
Mas com aqueles que erram muito por não conhecerem a verdade.
E fazer bom uso dessa tolerância,
Para praticar a bondade.

Desejo ser jovem,
Não fisicamente, mas de espiríto.
E que se o corpo amadurecer, eu possa viver muitos anos para praticar o bem.
E que sendo senil, eu possa utilizar a experiência de vida
Para aprender, com os erros e refletir a cada dia em cima dos acertos.
Porque cada idade, tem a sua dor e o seu prazer e
É preciso a cada momento recordar para que a vida não perca o seu bilho.

Desejo por sinal a tristeza como companheira,
Não o tempo todo, mas apenas por um dia.
Mas que nesse dia, eu possa descobrir o doce sabor de um riso.
Porque o riso diário é insosso  e o riso constante uma doença.

Desejo descobrir,
Com a maior urgência possível,
Porque existêm oprimidos,
Discriminados e infelizes, que não vivem apenas vegetam.

Desejo ainda calorosamente fazer carinho em uma onça.
Alimentar um passáro, quem sabe um papagaio.
E erguer triunfante o canto matutino da felicidade
Porque, assim, me sentirei bem por tão pouco.

Desejo também plantar uma semente,
Por menor que a mesma seja,
E acompanhar de perto seu crescimento,
Para saber quão muitas vidas uma árvore tem.

Desejo ter muito dinheiro,
Não porque é bom,
Mas porque é prático
E, é mais fácil,
Na hora de ajudar um necessitado.

Desejo voar e tocar as estrelas,
Para saber qual a intensidade de seu brilho,
Desejo ainda ir ao fundo do mar,
Não porque queira saber sua profundidade,
Mas para que eu possa conhecer,quantas vidas alegram suas entranhas.

Desejo por fim, ser um homem honesto
Íntegro e correto,
E amar, hoje, amanhã e sempre
E que se todos os meus devaneios tornarem-se realidade,
Não desejo mais nada.


Autor: Uéliton Freire
Fonte de argumentação Victor  Hugo.

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